Os números e a mitologia

Hoje é o tão comentado 11/11/11. Algumas pessoas têm uma certa paranoia com o número 11, porque muitas tragédias acontecem nesse dia, como é o caso do 11 de setembro e o terremoto que ocorreu no Japão no dia 11 de março deste ano. Além desse número, outro que é bastante temido é o 13, por ser conhecido por trazer azar, desgraça, malefícios etc. No Japão, as pessoas temem o número 4 tanto quanto o 13 é temido no Ocidente, para os japoneses o 4 é o número da morte. Outro que é bastante comentando é o 7, que é considerado o número da perfeição, tudo que acontece de divino envolve este número: 7 dias da criação, 7 virtudes humanas, 7 cores do arco-íris, 7 notas musicais, 7 chakras, 7 grupos de vértebras entre outras coisas. 
Os números têm significado e se relacionam com muitas coisas, dentre elas os mitos. 

Número 0 - Caos
O espaço aberto, o vácuo de onde se originou Gaya, Érebo e Nyx. O Caos tem uma ligação óbvia com o zero, já que ambos representam a origem, o inicio. 

Número 1 - Hélio
Personificação do sol. Quando o dia raia, guia seu carro de fogo pelo mundo até o anoitecer.

Número 2 - Selene
Irmã de Hélio. É a personificação da lua. Conhecida pelo seu líbido insaciável e pelo seu carro de prata que é puxado por dois cavalos.

Número 3 - Iris
Mensageira de Zeus e Hera, viaja na velocidade do vento, sua função como comunicadora evidencia a relação com número 3. Também é  a deusa do arco-iris, formado pelo encontro do sol e da chuva.

Número 4 - Deméter
Deusa da colheita, está relacionada ao número 4, que tem como elemento a Terra. Como foi dito em postagens anteriores, Deméter sorri quando está com sua filha, trazendo alegria ao mundo, mas quando esta volta ao submundo, a deusa se entristece causando o inverno.

Número 5 - Eros
Deus do amor, provoca o desejo e a atração sexual das pessoas. Surgiu do Caos e é extremamente instintivo.

Número 6 - Hera
Irmã e mulher de Zeus. Extremamente ciumenta, possessiva e passional. Protetora do casamento, se relaciona com o número 6, que preza a base familiar.

Número 7 - Zeus
Principal deus da mitologia grega. Liga-se ao 7 pela suprema inteligência, os cultos, a reverência.

Número 8 - Plutus
Personifica a riqueza e a prosperidade do número 8. Representa a justiça cega (Plutus foi cegado por Zeus), devido a isso, apesar de ser rico não via o valor das coisas.

Número 9 - Dionísio
Representa os prazeres, a alegria e os excessos que são encontrados no número 9.

Número 11 - Urano
Um deus muito importante, mas que não era muito adorado pelos gregos, assim como acontece com o número 11, que é pouco reconhecido, devido sua natureza vanguardista. As proles de Urano eram monstruosas, o que as vezes se mostra de maneira errada no número 11, devido a linguagem peculiar o que acaba gerando confusão. Mas,tem um papel imprescindível de abrir novos caminhos.

Número 22 - Aristeu
Esse número tem como característica a multiplicidade, agilidade, popularidade, espiritualidade encaixando-se perfeitamente com o mito de Aristeu - imortal, conhecedor da arte da profecia e da cura, protegia a caça, cultivava azeitonas e guiava o rebanho. A viagens por terra, os poderes de cura e visão relacionam-se perfeitamente com o número 22.

Leticia M.

Medeia, vítima do amor

            Bom, voltando um pouco ao espírito de Grécia Antiga, vamos falar de um caso peculiar da literatura da época, uma mulher que pareceu ultrapassar a barreira do humano: Medeia.
            Uma das figuras mais admiradas, e às vezes condenada, por toda a história, talvez tenha sido Medeia. Conhecida por seus atos imprevisíveis e impulsivos, a mulher conseguiu atrair a atenção do mundo, mas para os que não sabem da história, se preparem.
Medeia
            Medeia vivia em uma ilha distante da Grécia, quando recebe a visita distante de Jasão, e se apaixona perdidamente por ele, e por esse mesmo homem, faz coisas inimagináveis, como matar seu próprio irmão para poder viver com seu amado, ou ainda fazer as filhas de um inimigo de Jasão matarem o próprio pai. Mas por um ato de amor, ela concebe dois filhos, e foram, por um momento, felizes. Mas Jasão, cego pela ganância e cobiça, abandona tudo que tinha até então construído com Medeia, e a deixa para se casar com a filha de um rei. Medeia, cega pelo amor que a fizera de fantoche, se deixa novamente levar pelo impulso, e talvez se deva à esse momento toda a sua fama, ela mata os filhos em sinal de vingança, além de atear fogo na futura nova esposa de Jasão e na cidade inteira enquanto plana sobre o lugar e apenas observa a desgraça causada.
            Pode até parecer absurdo, mas existem casos reais onde pessoas fizeram coisas parecidas. Tomemos como exemplo o horrível caso da americana de Theresa Riggi, de 47 anos, que após um telefonema com o ex-marido, que havia negado a guarda dos filhos a ela. A mulher disse que após a recusa, ela disse ao pai das crianças que dissesse adeus à elas. Após o telefonema, os vizinhos escutaram vários gritos de crianças vindos do apartamento, e quando a polícia chegou, foi constatado que após matar cada um de seus filhos à facadas, Theresa tentou cometer suicídio. Qualquer semelhança com a tragédia de Medeia não é apenas mera coincidência.

Kevin A.

Nix, a personificação da noite

Nix

Filha de Caos e esposa e irmã de Érebo – a escuridão, Nix foi, junto com seu marido, uma das primeiras criaturas a existir e aquela que deu origem a grande parte das divindades gregas. Nix era a deusa grega que personificava a noite; deusa dos segredos e mistérios noturnos, era a padroeira das bruxas e feiticeiras, que acreditavam que ela era responsável pelas ervas mágicas que brotavam da terra.
Além disso, como senhora da vida e da morte, ela conhecia os segredos da vida tantos dos humanos, quanto dos deuses, já que possuía a chave da imortalidade destes, tendo a capacidade de tornar um deus mortal, o que ocasionava no crescente temor e respeito dos deuses por ela, inclusive do próprio Zeus.
Beleza da Noite ou Rainha das Trevas?
Assim como a própria noite, Nix era vista ora boa, ora má. Ora como uma deusa boa, símbolo da beleza noturna; ora como a dama do terror noturno, cruel e capacitada em maldições. Sendo também considerada a deusa da morte e rainha das trevas, com incríveis e perigosos dons proféticos.
No entanto, apesar de todo o temor tanto dos homens, quando dos deuses por ela; dela ter sido a mãe de terríveis males, habitantes do mundo subterrâneo, cujos poderes nem pelos deuses poderiam ser contidos e por deter a reponsabilidade por tudo o que causa dor em nosso mundo; foi justamente Nix que criou a luz, com Éter e Hemera, formando com eles, o ciclo diário do dia.








Camila. H

Atlântida

Ilha de Atlântida

         Uma das civilizações mais interessantes que talvez tenha existido foi a Atlântida, que segundo lendas, tinha uma sociedade invejavelmente organizada, sem desigualdade extrema como a nossa, além de terem desenvolvido medicina avançada, com direito à transplantes de órgãos e pesquisas sobre o comportamento do cérebro; tudo isso sem contar sua tecnologia extremamente desenvolvida, tendo “precursores” dos atuais equipamentos eletrônicos.  
         Um de seus relatores foi Platão, que relatava que havia um continente por volta de 9600 a.C., como um povo com as características descritas acima. O filósofo dizia que o continente ficava entre o pilares de Héracles.
Atlântida submersa por Júlio Verne
         Uma das lendas sobre seu surgimento diz que no centro do continente havia uma órfã, Clito, e que Poseidon se apaixonou por ela, e que para poder viver com sua amada, ergueu muralhas de água e fossos d’água em volta de onde morava, e assim viveram por muitos anos. Dessa relação nasceram cinco pares de gêmeos; o mais velho, Atlas, dividiu o continente em dez círculos, então Poseidon dá à Atlas a supremacia do território. Dizia-se que o oricalco, um metal brilhante, era a fonte de energia da cidade.
         Platão também explica, em seu conto "Timão", traduzido do latim, que a civilização teve seu fim após ter tentado dominar os atenienses, e tiveram seu fim em apenas uma noite, agora, a causa de sua destruição é muito controversa. Alguns estudiosos defendem que os atlantes foram destruídos por um cometa ou de outros corpos que se chocaram com a Terra, ou então que foram dizimados pelos atenienses, ou pelos líbios, ou ainda que como os atlantes eram mais evoluídos que os demais povos da época, e ao prever sua destruição, migraram para a África, sendo os egípcios seus descendentes.
         Outros estudiosos também defendem teses sobre a veracidade do povo, dizendo até que a Atlântida não foi nada mais que a Antártida antes de seu período glacial, que também foi deslocada para o pólo sul do planeta. Ou ainda uma teoria ainda mais polêmica, proposta pelo cientista Ezra Floid, diz que o formato circular do continente descrito por Platão se tratava de uma gigantesca nave espacial, um disco-voador movido a hidrogênio, já citada em outras civilizações como a ilha voadora.
         Na cultura popular contemporânea, este é um mito muito bem explorado, por todos os meios possíveis, como livros, filmes, histórias em quadrinhos. Algumas das obras que citam o continente perdido, o relacionam com outros mistérios não resolvidos, como o Triângulo das Bermudas, no qual houve mais de 8000 casos de desaparecimentos não explicados, ou ainda com extra-terrestres. Até a Disney entrou nesse espírito, e lançou a animação “Atlantis, O Continente Perdido”, mas outros autores, como Júlio Verne e outros também aproveitam essa incógnita, como o romance Vinte Mil Léguas Submarinas, onde um de seus personagens visita as ruínas do continente.

Kevin A.


O deus Baco

Para nós o dia 4 de outubro pode não significar nada, mas para os romanos era um dia de celebração, pois ocorria o festival ao deus Baco, na mitologia romana ou Dionísio, na grega.
Baco era o deus do vinho e da alegria. Filho de Zeus e da princesa tebana Semele. É a única divindade que foi gerada por uma mortal. Hera ao descobrir que Zeus a traiu (novamente) arma uma cilada para a princesa. Fingindo ser uma ama de leite, convence Semele à por seu marido a prova. O deus, consciente do que iria acontecer, mostra sua verdadeira forma e a princesa vira pó por não suportar seu brilho. Tudo que pôde fazer foi tirar seu filho do ventre de sua mãe e o gerando em sua própria coxa.
Após seu nascimento, é entregue a sua tia e é criado junto com as ninfas e as dríades. Ao torna-se adulto, Sileno lhe transmitiu a arte do vinho. Com inveja, Juno o transforma em um louco e ele passa a vagar pelo mundo. Até encontrar a deusa Cibele que o cura e instrui nos rituais religiosos.
O deus Baco representa o lado inconsequente das pessoas, o lado que ignora os comportamentos normais. Dionisio se opõe a Apolo. Este é considerado a perfeição, aquele que segue a vida de maneira correta, seria quando estamos sóbrios. O Baco é o oposto, ele é livre e não se prende a moral.
Os cultos a esse deus sempre envolviam erotismo e orgias, os chamados bacanais. E foi em uma dessas celebrações que surgiu o teatro. Onde um homem diz “Eu sou Dionisio”, ou seja, personifica-o e assim nasce o teatro.

Leticia M.

Kappa



                 O Kappa é a criatura mitológica mais conhecida no Japão. Com o tamanho de uma criança de 10 anos, cara de macaco, corpo e casco nas costas semelhantes ao de uma tartaruga, membros escamosos, pés e mãos com membranas, cor esverdeada e o topo da cabeça com a forma de uma tigela, sua existência é registrada em livros científicos no Período Edo, principalmente no livro Suikokouryaku, escrito por Toan Koga, e é influência da mitologia shintoísta, mais especificamente dos Sujins, seres que pode ser encontrados em meio à água, como cobras, peixes, tartarugas e o próprio Kappa.
Para nos refrescarmos um pouco do calor incômodo que há quase uma semana vem atrapalhando nossas tarefas diárias, vamos falar sobre uma criatura, que, vivendo no Reino das Águas e retirando sua força vital dela, precisa, assim como nós, da água para sobreviver. Vamos falar sobre o Kappa.

Kappa

                O formato característico da sua cabeça é usado para o armazenamento de água quando em superfície terrestre, assim o líquido fica em sua cabeça e ele consegue, retirando a força vital do fluído, permanecer em terra. De forma, que um dos modos de se proteger das criaturas é fazer o cumprimento formal japonês, inclinar seu corpo abaixando seu tronco e sua cabeça, fazendo o Kappa sentir-se forçado a retribuir do mesmo modo, derrubando a água e sendo obrigado a retornar ao lago ou rio em que vive.

Kappamaki

                Outro jeito de proteger-se dos atos maliciosos do Kappa é escrever o nome de seus parentes e o seu em pepinos e jogar em um rio ou lago infestado pelas criaturas. O pepino é um dos alimentos mais apreciados pelos seres – tanto que o sushi feito por ele é chamado de kappamaki, em homenagem ao ser mitológico –, assim quando ele aceitar o vegetal, estará abrindo mão de atacar a pessoa cujo nome está nele. Muitos pais escreviam o nome de seus filhos, um ótimo jeito de se protegê-los, considerando que crianças humanas são outro alimento que agrada os Kappas, perdendo apenas do pepino.
                Normalmente, podem ser perigosos, já que se alimentam do sangue e das entranhas retiradas pelo ânus dos seres humanos; mas também podem ser úteis aos homens, principalmente com aqueles que os capturam ou com os quais estabeleceram uma dívida, já que o decoro faz com que as criaturas nunca quebrem suas palavras, ajudando em irrigações e nos entregando diversos dos seus conhecimentos da medicina, sendo que muitas lendas atribuem a eles a descoberta do formato ósseo do ser humano.
                Um exemplo dessas ações benevolentes e de grande utilidade é o que ocorreu em Tokyo, entre Ueno e Asakusa, quando um Kappa do Rio Sumida ajudou os moradores do lugar a cavar uma fossa de drenagem, para cumprir a tarefa que a bacia em que a região se encontrava não podia realizar, por ser de baixa drenagem. Nesse mesmo lugar, hoje, há um templo dedicado aos Kappas, assim como existem em vários lugares pelo Japão, apesar de ainda haver o temor por eles, exemplificado no fato de ainda haver placas em rios e lagos, alertando sobre o perigo das criaturas que possivelmente viveriam ali.
                Como dito anteriormente, são um dos seres mitológicos mais populares no Japão, sendo que até hoje são feitas produções de diferentes proporções relacionadas aos Kappas. Animes, filmes, novelas ou livros referentes as criaturas são bastante encontrados no Japão, de modo que a nação nipônica dificilmente abandonará esta parte de sua cultura.

Kappa no Kai Kata - Anime cuja história se baseia na compra de um Kappa e no treinamento dele.

Camila. H.


Dragões

Bom, uma das formas caracterizar uma cultura é com símbolos, e um dos mais usados pelas culturas mais famosas são as criaturas místicas, e uma que aparece bastante e, todas as culturas tradicionais, e até mesmo na cultura moderna, é o dragão. Os dragões são fonte de inspiração para tudo que se possa imaginar, como arte, filmes e histórias, alguns até Best-sellers.
Dragão Vermelho
                Os dragões são criaturas fascinantes, em sua aparência são representados em uma espécie de mistura entre a família dos répteis e sáurios, uma cabeça ornada com uma crista, poderosos chifres, uma cauda, e o corpo coberto de uma pele escamosa e cheia de esporas. Se diz que seu hálito é um veneno mortal, assim como seu sangue. Dizem que são os guardiões da natureza, por isso vivem nos lugares mais isolados.
                No ocidente, essas criaturas começaram a ganhar fama em escrituras judaicas e gragas. E na Europa, havia várias lendas sobre répteis gigantes de “respiração pestilenta” e cuspidores de fogo. Nas histórias, os dragões eram seres cruéis, que raptavam as donzelas e as devoravam, ou então narravam os valentes cavaleiros que lutavam contra as feras e sempre acabavam mortos, que criavam as imagens de heróis. O mais famoso herói que salvou sua donzela foi São Jorge, que também representa a superioridade cristã sobre o mal.
                Já no leste da Europa, esses seres representam as sociedades secretas ocultistas, porque um dos significados dos dragões são da sabedoria. Um dos mais famosos membros dessas organizações, Drácula, recebeu seu apelido porque o seu significado é algo nada sugestivo: “Dragão”.
                Agora no Oriente, diferente dos outros lugares, os dragões não eram necessariamente perversos, e são figuras de destaque principalmente na China, sendo até o foco de festas folclóricas. Segundo eles, esses gigantes vagam pelos seus, pelas águas e pelas entranhas da terra, e há até uma hierarquia entre os dragões. Também são consideradas as criaturas que formaram os outros animais, junto com os unicórnios e as tartarugas. Os dragões também podem ser protetores dos céus, controladores do clima e também dos rios e joias.  E segundo sua cor, têm um significado diferente: os azuis são os agúrios do verão, os vermelhos são as feras que causam os desastres naturais, e os amarelos são os mais superiores, apenas aparecem caso houvesse alguma perfeição.
Plesiossauro
                Essas criaturas fascinantes são inspiração para várias pesquisas de historiadores, que tentam provar a sua existência. Segundo H.P. Blavatsky, um ancestral que pode explicar a existência das hidras e dragões é o plesiossauro, um réptil marinho parecido com um lagarto, além da descoberta do pterodátilo, mas nada que chegasse às descrições dos dragões. Mas foi em 1912 que achou-se que os dragões foram então revelados, quando os dragões de Komodo foram descobertos: lagartos que se assemelhavam às descrições da antiguidade, porém, não cuspiam fogo, e eram uma versão em miniatura dos gigantes. Vários estudiosos dizem que, é muita coincidência que o mesmo ideal de dragão foi passado por milênios, e mantido preservado, então os seres voadores realmente existiram, ou os povos antigos eram dotados de uma imaginação invejável. Não faltam exemplos, até mesmo na bíblia, que descreve o Leviathan, um monstro marinho que é uma adaptação dos dragões, além de pergaminhos antigos, descobertas arqueológicas, estudos a fundo. Apesar de tudo isso, a ciência ainda não admite a existência de tais criaturas em época alguma.
Leviathan
                Um fato interessante é que o fogo expelido por esses animais seria teoricamente possível, caso os seus pulmões fossem capazes de separar alguns dos gases que compõem o ar e se fossem de um material resistente ao calor. A faísca poderia ser obtida pela fricção de dois ossos, ou pela ingestão de minerais que reagissem quimicamente gerando o fogo. Alguns acreditam que a saliva dos dragões teria uma substância volátil que entrasse em combustão espontânea com o ar, como o fósforo branco.
                Então, por toda essa história, dá para perceber porque os contos que trabalham em cima disso estão dando tão certo, é uma história cheia de controvérsias, com muitos espaços em branco, que só precisam da criatividade de quem escreve. Alguns dos romances mais conhecidos e bem-sucedidos são a trilogia A Herança(Eragon, Eldest e Brisingr), outra trilogia, os Dragões de Éter, até Harry Potter usa os dragões como apoio em algumas partes da história. Alguns desenhos, como Dragon Ball Z, e até jogos, como Dragon Age.
Kevin A.

O Rapto de Perséfone - As Estações do Ano

Hoje é dia 23 de Setembro, ou seja, o início da Primavera. Esta estação que nos presenteia com flores, vida, temperatura amena e dias e noites que duram 12 horas.
Cientificamente, o equinócio de primavera ocorre quando a Terra está inclinada lateralmente em relação ao sol, recebendo luz equitativamente.  Mas, a visão cientifica não nos interessa neste caso, já que nosso foco é a mitologia.
O Rapto de Perséfone -  Gian Lorenzo Bernini


Segundo os gregos, a única estação que existia era a Primavera. Durante esse período, uma jovem chamada Perséfone, única filha de Deméter, andava pela Terra. Certo dia, enquanto a jovem colhia flores cantando alegremente pelo campos, Hades, o deus do submundo, apaixona-se perdidamente por ela e a rapta, levando-a para seu reino das trevas.
Deméter ao descobrir que sua única filha foi levada para o submundo, desespera-se. Fazendo com que as flores murchassem, os frutos secassem e a vida não nascesse. A humanidade faminta pede a Zeus que resolva a situação.
Então o deus do universo pede a seu filho Hermes que desça até o mundo subterrâneo e negocie com Hades. Hermes propõe que Perséfone fique durante oito meses com sua mãe e nos meses restantes, retornaria ao submundo para ficar com seu marido.  Hades concorda.
Para comemorar o retorno de sua filha, Deméter cobre a Terra de flores. E assim surgem as estações. A primavera e o verão são os períodos em que Perséfone está na Terra, o outono é quando ela se prepara para retornar ao mundo das trevas, por isso as folhas começam a secar, o tempo fica mais frio. Quando a jovem está no submundo, entramos no inverno, não há sol, não há flores, não há alegria. Porém, quando ela retorna, sua mãe se alegra e espalha a beleza e a vida pelo mundo.
Leticia M.

A Caixa de Pandora

Pandora
                Pandora foi a primeira mulher a existir na Terra, de acordo com a mitologia grega. A história da bela mulher está intimamente ligada com a dos irmãos Prometeu e Epimeteu, os responsáveis pela povoação da Terra, que criaram os animais e o ser humano, dando a cada um deles as características necessárias para se adaptarem e viverem ao ambiente ao qual foram destinados.
                Epimeteu criara todos os animais, dando a eles elementos para garantir a sobrevivência, como asas, garras, coragem ou presas. No entanto, quando chegara à vez do homem ser feito, não havia mais nenhum elemento que o tornasse superior aos outros, como ele deveria ser. Desesperado, Epimeteu pede ajuda a seu irmão, que, por sua vez, acende uma tocha na carruagem de Hélios, o deus sol, dando-a aos homens, entregando-lhes o poder do fogo, que afirma a sua superioridade.
                Infelizmente, Zeus não aprecia o ato de Prometeu e como castigo prende-o no alto de uma montanha, onde todos os dias, um abutre come suas vísceras, para que a noite, elas se regenerem. Fazendo com que o titã não possuísse um único momento de descanso, sofrendo dia e noite, pela dor de ter seus órgãos destruídos e reconstruídos.
                Também há a versão em que Zeus criara Pandora, uma bela mulher que recebera diversas características e dons dos deuses, por exemplo, Hefesto moldara o seu corpo e Atenas dera-lhe habilidades manuais, e que seria usada para castigar Prometeu. A mulher foi oferecida a ele, que educadamente recusou. Então, Pandora foi entregue a Epimeteu que a aceitara de bom grado, mesmo com os avisos de cautela de seu irmão para com os presentes de Zeus.
                A partir desta parte, a história pode ser contada de diferentes maneiras. Em uma das versões, é Pandora que leva consigo uma caixa que contém todas as doenças do corpo e males do espírito da humanidade; já em outra, é Epimeteu, que guardara em uma caixa todos os sentimentos maléficos que não quisera dar aos homens quando os criara.
                A terceira está ligada também à condenação de Prometeu à montanha e a dor constante, em que ele, antes de ser castigado, prende os males que poderiam infectar os homens em uma caixa e a entrega para seu irmão, pedindo que a guardasse cuidadosamente. Pedido cumprido, já que Epimeteu colocara a caixa entre duas gaiolas de gralhas no fundo de seu lar, assim se alguém tentasse mexer nela, os pássaros avisariam, com um barulho infernal.
                Nestes três casos, Pandora abre a caixa e libera todas as doenças, todos os males, infectando toda a humanidade, mas logo depois fecha a caixa, com o pânico que se instalou logo que ela viu o que causou, não deixando que o último deles saísse dela, aprisionando a esperança.
                Outra versão diz que Pandora foi criada por Zeus, com a intenção de ser um presente aos homens. E que a ela foi dada uma caixa como presente de casamento, em que vários bens estavam dentro. No entanto, curiosa, a mulher a abre a caixa deixando os bens escaparem e desaparecerem, sobrando apenas um no fundo da caixa, a esperança.
                A variante mais famosa do mito é aquela que diz que Pandora abre a caixa e libera os males na Terra, tanto que a caixa de Pandora é usada até hoje, em filmes, livros e seriados, como exemplo de um cofre que guarda os piores sentimentos de alguém, que apenas poderão ser libertos pela pessoa certa e pela ação certa.
                Um exemplo do uso do conceito da caixa de Pandora é o mangá Skip Beat, de Yoshiki Nakamura. Em que logo no começo, a protagonista, Mogami Kyoko, fala que Deus dá a cada pessoa uma caixa fechada por inúmeros cadeados para que não possa ser aberta tão facilmente. No entanto, a sua caixa se abre, no momento em que ela é cruelmente desprezada pelo seu amigo e amor de infância, por quem jogara toda a sua vida, seus sonhos e desejos fora. O que faz com que um turbilhão de sentimentos ruins e pensamentos obscuros se apoderem dela, mudando-a completamente e fazendo com que vingança vire sua nova palavra favorita.

Mogami Kyoko depois da abertura da sua Caixa de Pandora

God Of War

Um dos jogos mais populares da atualidade, com certeza é God of War. Além de apresentar ótima jogabilidade, enredo envolvente, ter ganhado vários prêmios, ter recebido uma ótima crítica e ser segundo a CNN um game que faz você lembrar porque se deve jogar. É uma verdadeira aula de Mitologia Grega. O enredo fala sobre Kratos, um ex-guerreiro espartano que quer se vingar de Ares, o deus da guerra ou o God of War (é daí que vem o nome do jogo). Em sua “jornada pela vingança” depara-se com vários deuses, dentre eles: Atenas, Zeus, Hades, Artemis, Poseidon entre outros. E seus inimigos são ciclopes, harpias, Medusa etc. Minha intenção com essa postagem é falar um pouco sobre alguns desses personagens mitológicos de God Of War.
Ares -  O deus da guerra
  • Ares - O deus da guerra:
Filho de Zeus e Hera. Era um guerreiro, que só encontrava suas paz no campo de batalha. Era amante de Afrodite, a deusa do amor com quem teve alguns filhos. Na mitologia romana, Marte ( nome romano de Ares) teve dois filhos com Réia: Rômulo e Remo, os fundadores de Roma. Não era muito popular no Olimpo, nem Zeus gostava dele e sua principal rival era Atena. No game Ares mandam Kratos incendiar uma vila de adoradores de Atenas.

  • Atena -  deusa da sabedoria
Era a filha favorita de Zeus e saiu adulta de sua proteção. Seu pai deu-lhe seu escudo, adornado com a cabeça de Medusa, sua "égide" e o raio. Era a deusa virgem. Atena pedia para que ninguém se apaixonasse por ela, para que não tivesse que abandonar a vida de lutas e viver uma vida doméstica. Disputou com seu tio Poseidon o padroado de uma cidade. Para isso realizaram um concurso e Atena ganhou, por isso a cidade levou o seu nome Atenas. Na mitologia romana era conhecida como Minerva, porque deu o voto de Minerva no julgamento de Orestes.

  • Poseidon - deus dos mares
Filho de  Cronos e Réia, irmão de Zeus e de Hades. Marido de Anfitrite, com quem teve um filho.  Um tritão que teve inúmeros amores, especialmente com as ninfas. Foi pai de vários filhos que ficaram famosos por sua crueldade como Órion e Poliferno. Além de ser o pai de Pégasos. Na Guerra de Tróia ajuda os gregos para vingar-se do rei troiano que não pagou pelo muro da cidade. Em Roma era chamado de Netuno.

Irmãos Grimm

         Hoje muitas de nossas influências mitológicas estão nas coisas mais aparentemente simples, e não nos damos conta, como por exemplo as histórias que se contam para as crianças são incrivelmente antigas, a maioria delas criadas pelos irmãos Grimm.
Irmãos Grimm
         Um fato interessante é que o objetivo inicial dessas histórias não era o entretenimento, mas sim uma forma de protegê-las, pois na época de seu surgimento, a maioria das crianças tinha grande contato com as florestas, que escondiam perigos como cavaleiros e animais selvagens. Então foram criadas as histórias, de terror, transmitidas oralmente, na qual aconteciam coisas horríveis com as crianças, para criar o medo e evitar que fossem para esses lugares.
         Os irmãos Wilhelm e Jacob Grimm viveram por volta de 1800, na Alemanha, mas não eram simples contadores de histórias, também eram grandes intelectuais, formados em direito e literatura e estudiosos da língua alemã, filosofia e história, logo, não escreviam apenas contos, mas também gramática alemã, história alemã, dicionário alemão, e poemas heroicos dinamarqueses. Seu repertório de histórias é muito respeitado por vários historiadores, além de uma quantidade assustadora: cerca de 200 contos de fadas, 10 lendas e 600 cantigas folclóricas.

Branca de Neve
         Porém, os contos atuais perderam a essência de como eles eram contados anteriormente, pois sofreram inúmeras adaptações, se afastando ainda mais da história original, o que pode ser observado na história original da branca de neve, muito mais pesada do que a atual. Originalmente, branca de neve tinha 7 anos, e desperta a ira da rainha por causa de sua beleza, então a rainha manda um caçador para matar a menina, mas o caçador tem pena dela e a manda para a rainha órgãos de javali. Então a menina acha a casa dos anões, que a deixam ficar contanto que lave, passe, cozinhe e limpe. Quando a rainha descobre que a garota está viva, vai a casa dos anões com um corpete de seda e tenta matá-la apertando bem forte. Não funciona. Ela vai de novo com um pente envenenado e tenta matá-la penteando seus cabelos, e só então na terceira vez ela vai com a maçã envenenada. Os anões pensam que a menina morreu e a colocam em uma cripta de vidro, que depois vendem para um príncipe. No caminho, o príncipe deixa a cripta cair, fazendo com que a menina cuspa o pedaço da maçã envenenada, voltando à vida. Então eles se casam, e chamam a madrasta para o casamento. Então colocam um sapato em brasa na rainha para que ela dance até morrer.
         Dá para perceber que as histórias foram censuradas ao longo do tempo. Uma boa sugestão é o filme “Os irmãos Grimm”, que conta um pouco da história dos dois e de suas histórias, e “A garota da capa vermelha”, que traz uma nova visão do conto da chapeuzinho vermelho.

Kevin A.



Cassandra e Trelawney

  
Camila. H.

Profetiza Cassandra

          A mitologia está presente em nosso dia a dia. Em filmes, seriados e livros, ela é constantemente resgatada e utilizada como fonte de criatividade de diversos autores. Um exemplo recente que podemos comentar é o da Professora de Adivinhação, Sibila Trelawney, da famosa série de livros Harry Potter, da escritora britânica, J.K. Rowling.
A história de Trelawney resgata o triste conto mitológico de Cassandra, sendo a professora a tataraneta da profetiza, herdando não apenas os seus poderes, como também, a tão terrível maldição de ser desacreditada e vista como uma louca pela maioria da população de sua comunidade.
Cassandra foi uma profetiza, filha do rei Príamo e da rainha Hécuba de Tróia e irmã gêmea de Heleno, que ajudou na derrota de Tróia, sob tortura dos gregos. Segundo o mito, Cassandra e Heleno receberam seus poderes enquanto dormiam no templo de Apolo, duas serpentes lamberam suas orelhas, tornando-as capazes de ouvir as vozes dos deuses. No entanto, a jovem apenas tornou-se uma profetiza, quando Apolo ensinou-lhe os segredos da profecia, depois deste ter se apaixonado por sua bela e devota servidora.
Sibila Trelawney
Todavia, quando Cassandra se recusou a dormir com o deus, Apolo lançou uma terrível maldição, dizendo que ninguém jamais acreditaria em suas predições, fazendo com que a profetiza fosse vista como uma louca por todos e fosse obrigada a ver as desgraças acometidas à sua terra duas vezes, uma vez que ninguém acreditava nas suas profecias de acontecimentos catastróficos, fazendo com que ela nunca pudesse impedi-las.
Essa visão da população troiana da loucura de Cassandra é refletida na visão da população bruxa e, principalmente, dos alunos da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts da total demência da Professora de Adivinhação, com a diferença que esta não foi totalmente desacreditada e obrigada a ver suas predições tornarem-se realidade, graças a uma única pessoa, e da visível inferioridade de seus poderes em relação da poderosa profetiza da mitologia grega, Cassandra.

Kitsune


Falarei hoje de uma criatura bastante presente na mitologia japonesa: as kitsunes ou raposas. Kitsu em japonês é uma onomatopéia para “ganido da raposa”, atualmente usa-se “gon-gon” ou “kon-kon” para designar a palavra raposa e kitsune é considerada uma palavra arcaica.
Miles "Tails",Ninetails, Naruto e Kyuubi
Provavelmente, vocês já devem ter visto as kitsunes em vários lugares, por exemplo, no anime Naruto, no qual o protagonista possui a kyuubi , ou raposa de nove caudas, selada em seu corpo, em Pokémon, temos Vulpix e Ninetails, dois pokemons com aparência de raposas, o primeiro com seis caudas e o segundo com nove. O personagem Miles “Tails” Prower do jogo Sonic é uma raposa com duas caudas.
Como podemos ver elas são muito populares. No Japão, as kitsunes representam a sabedoria e a inteligência, geralmente são mais poderosas que os seres humanos, por isso os tratam com arrogância. Possuem poderes como possessão, gerar fogo, aparecer em sonhos,criar ilusões, dobrar tempo e espaço,assumir a forma humana e até matar pessoas. Sempre tem nomes femininos, pois acredita-se que elas são do sexo feminino.
Não se sabe ao certo a origem das lendas a respeito delas, já que vários povos da Ásia formaram o povo japonês e desde a Antiguidade há mitos sobre as raposas.
Há algumas variações de kitsunes, cada uma delas com suas peculiaridades. A mais famosa de todas é Kyuubi no Kitsune que são as raposas que a cada 100 anos ganham uma nova cauda, assim aumentam seus conhecimentos e poderes , quando elas obtêm a nona cauda, após mil anos de existência, a cor de sua pelagem muda para prateada ou dourada e ganham a habilidade de verem e ouvirem tudo que acontece no mundo, além de sabedoria infinita, ou seja, tornam-se oniscientes.
Segundo algumas lendas, a pior de todas as Kyuubi no Kitsune foi Tamamo-no-Mae.
Essa kitsune assume a forma de uma mulher bela e sábia, e encanta a todos, inclusive ao Imperador Konoe que se apaixona por ela e logo depois é atingido por uma doença desconhecida. Todos os sábios, monges e médicos tentaram achar uma explicação para a doença. Quando Konoe estava prestes a morrer, um astrólogo descobre que Tamamo-no-Mae era a causa da enfermidade, pois era a Kyuubi no Kitsune e queria tira-lo do poder.  O boato se espalha, obrigando Tamamo-no-Mae a fugir. O Imperador a procurou incansavelmente, mas não conseguia achá-la, então chama os guerreiros mais poderosos de todo o Império: Kasuza no Suke e Miura no Sube. Estes durante sua caçada foram diversas vezes enganados, até que um dia, Tamamo-no-Mae aparece nos sonhos de Miura e lhe implora para que poupasse sua vida, pois ela previu que no dia seguinte o guerreiro a mataria. Na manhã seguinte, os guerreiros a encurralam e Miura a mata com uma flechada. O corpo da Kitsune se transforma em uma pedra, qualquer criatura que a tocasse morreria imediatamente, por isso a pedra era conhecida como Sessho-Seki – “a pedra da matança”. O espírito maligno da raposa assombrou a pedra por muito tempo, até que um monge budista a exorciza. Atualmente, a planície onde Tamamo-no-Mae é considerada um ponto turístico da província de Nasu.


Leticia M.

Lágrimas de Sangue


Boa noite meus leitores.  Agora vamos sair um pouco daquele estilo documentado e ir para um lado mais informal de postagens. Vou seguir uma linha de mitos mais atuais e sem essa carga de Antiguidade, um bom exemplo pode ser o das lendas urbanas, que circulam na maioria das vezes como histórias de terror. Há várias e várias dessas, mas vou contar uma que sempre ouvia, a das Lágrimas de Sangue.
Em uma cidade no interior de São Paulo, tinha uma menina tão linda quanto um anjo, porém mais se vestia como uma vampira, sombria, mas apesar de seu modo de vestir ela parecia doce. Tinha o hábito de ir ao cemitério todos os dias, e uma vez o vigia a viu falando sozinha, e perguntou com quem ela estava falando; ela respondeu que falava com os amigos e parentes que já haviam morrido. O vigia, sem entender nada, fechou os portões do cemitério e a menina foi embora.
No dia seguinte, ela veio fazer a visita como de costume, porém agora ela estava mais angustiada e com rosas, cujos espetos já haviam furado suas mãos, mas o vigia, já acostumado com a visita, não disse nada. Ela tinha ficado lá apenas alguns minutos, e o vigia perguntou a ela o porquê da pressa, a menina respondeu: “hoje vou mais cedo porque alguém lá dentro me disse que o motivo da minha tristeza é que vou fazer um passeio onde vou chorar lagrimas de sangue e do qual na próxima vez que eu vier aqui eu estarei com os olhos fechados”. O vigia achou que ela era apenas louca e foi embora.
Porém, no dia seguinte, a menina não veio ao cemitério e o vigia foi avisado sobre uma menina que foi assassinada a sangue frio e seus olhos tinham sido furados, e o enterro seria naquele mesmo cemitério.O homem se sentiu curioso e foi verificar se era mesmo a tal menina, e se surpreendeu ao ver que era mesmo ela.
Passaram-se alguns dias e o vigia viu alguém no cemitério, mas como seria possível se ele não havia recebido ninguém? Então ele escuta uma voz conhecida, era a voz da menina. Assustado, correu para seu posto e repetiu para si mesmo que aquilo tudo era coisa de sua cabeça.
Um dia desses umas amigas da menina foram visitar seu túmulo, mas sentiram algo estranho e perguntaram ao vigia se havia mais alguém naquele cemitério, o vigia respondeu que não, pois a garota era muito solitária. Mais tarde no mesmo dia, outra amiga vai visitar o túmulo da menina, então o vigia escuta um grito, e vê a visitante correndo em sua direção, dizendo que tinha visto a menina com os olhos abertos e sem nenhum ferimento, e que apenas chorava, mas eram lágrimas de sangue.
O vigia não acreditou muito na história da menina, e no dia seguinte foi visitar o túmulo da menina. Lá ele encontrou as rosas que suas amigas haviam deixado, mas com todos os espinhos manchados de sangue, e no túmulo estava gravado: “por favor, não tenha medo dessa alma que é triste e amaldiçoada”. O vigia não sabia como aquela frase tinha parado lá, mas quando olhou para cima viu a menina, vestindo luto, e chorando lágrimas de sangue. O vigia saiu correndo e saiu do emprego.
E deste dia em diante, dizem que todo dia, quando a lua está cheia e o vento está forte, se ouve os sussurros da menina e se vê uma figura vagando pelo cemitério, chorando lágrimas de sangue.
Uma história assim como a maioria das lendas urbanas. Existem vários filmes e livros que falam um pouco sobre o assunto, uma boa pedida é o livro “Lendas Urbanas”, nada sugestivo, que reúne várias histórias, e a série de filmes “Lenda Urbana”, que novamente tem um título nada sugestivo. Espero que tenham gostado do post e voltem sempre.     
                                                                                                               Kevin A.

A Criação - Izanagi e Izanami

                Desta vez, falaremos sobre a mitologia japonesa, que relata que a criação do mundo começou com o nascimento de três divindades. Elas surgiram do desabrochar de um broto de junco presente na massa viscosa e indistinta no oceano que precedeu a tudo e logo depois desapareceram para que outras duas divindades surgissem e desaparecessem do mesmo jeito e dessem espaço para o surgimento de outros seis casais (no começo, sete, mas um logo teve o mesmo destino que os primeiros). Estes começaram com a difícil tarefa de criar um novo universo, sendo que a parte difícil ficou para o último casal, criar a Terra.
                Izanagi (macho que convida) e Izanami (fêmea que convida), o último casal e seres de incrível beleza física, saíram da Via Láctea, pela Ama no Hoshi Date (uma ponte lançada do céu), levando apenas uma lança de ouro e pedras preciosas. A primeira foi mergulhada na massa viscosa e retirada, fazendo com que a espuma caída dela, cristalizasse e se solidificasse, gerando a Terra.
                O casal desceu para a criação e se dispuseram a começar outras. Izanami, então, pede Izanagi em casamento e vendo o acasalamento de pássaros tsuru, imitaram-nos e disto acabam nascendo duas criações monstruosas, que logo são abandonadas. Descontentes, as divindades peguntam aos outros deuses o motivo da tão terrível criação, e como resposta, eles dizem que deveria ser Izanagi a pedir Izanami em casamento e que o ato contrário resultou nisto, o que nos apresenta um pouco do machismo presente na sociedade japonesa.
                Depois disto, Izanagi pede Izanami em casamento, gerando agora as divindades das ilhas, os deuses da cachoeira, das montanhas, das ervas, dos ventos, o espírito das árvores e por último o deus do fogo, que provocou a morte da mãe, que adoeceu com febre ardente e morreu. Sendo que  para acalmar o seu espírito, fora construído um altar e oferecidas flores.
                Izanami parte para o mundo dos mortos, seguida por Izanagi, com as objeções da mesma que não queria que ninguém vesse a perda de sua beleza. No entanto, mesmo assim, seu marido acende uma tocha e, contemplando o corpo da esposa em composição, foge. Ofendida, Izanami, com outros seres da terra dos mortos, persegue Izanagi, até que este saísse da montanha que levasse ao reino dos mortos, lacrando-o com uma pedra.
                A mulher, em resposta ao insulto grita que por sua causa, mataria 1000 habitantes da terra todo dia e Izanagi responde que assim faria nascer 1500 a cada dia. Em resposta a sua promessa, Izanagi cria os seres divinos em seu ritual de purificação, em que se banhou para se livrar dos resquícios e efeitos causados pela sua ida ao reino dos mortos.
As três divindades foram Amaterasu Omikami, a deusa do Sol, que nasceu enquanto Izanagi lavava o olho esquerdo; Tsukiyomi no MIkoto, o deus da Lua, na lavagem do olho direito; e Suzano, o deu do Mar, na lavagem do nariz. Cada um responsável pela Alta Planície Terrestre, pelo País do Reinado da Noite e pela Planície Marinha, respectivamente.

Camila. H.

A criação segundo os povos indígenas



Nas postagens anteriores pudemos ver a origem do mundo segundo os gregos e os chineses. Agora veremos o início na visão dos povos que habitaram nosso país.Vamos começar pelos Guarani.

Nhanderuvuçú é o principal deus da religião guarani. Ele não tem uma forma humana, é apenas uma energia que sempre existiu,até mesmo antes do Universo,em meio ao caos. A energia não pode ser criada ou destruída e pode se transformar em outro tipo de energia.

Com a ajuda da deusa da lua,Araci, Nhanderuvuçú, criou o mundo. Ele vem para a Terra,mais especificamente,para um monte,na região do atual Paraguai.Lá ele cria tudo que existe na face da terra: oceanos,animais,florestas,estrelas etc. 

Primeiramente, ele criou duas almas e delas surgiu a matéria (anhandeci). Em seguida,cria lagos,rios e oceanos e para protegê-los ,cria Iara, a senhora das águas. Para controlar o clima,tempo e o vento, cria Tupã, um mensageiro de Nhanderuvuçú, que se manifestava através de trovões. Já para a proteção da floresta e dos animais, criou Caaporã,mais conhecido como Caipora.

A primeira raça a ser criada foi o ser humano. Nhanderuvuçú faz estátuas de argila do homem e da mulher misturando vários elementos da natureza. Seus nomes eram Rupave, que significava "Pai dos povos" e Sypave,"Mãe dos povos".O deus sol sopra a vida e deixa na terra os espíritos do bem e do mal. E assim surge o Universo.

Já os Zo'é falam que havia diferentes tipos de seres humanos no universo. Dois deles eram inimigos e provocaram uma grande explosão, que causou um incêndio e logo após um dilúvio que dizimou os Zo'é. Mas os não-índios, os Kiharis, sobreviveram. Entre os Kiharis estava Nipuhan que recriou a espécie humana a partir dos ossos daqueles que não sobreviveram ao dilúvio. Essas pessoas são os ancestrais dos Zo'é.

Os Desana contam que antes do mundo ser criado havia uma mulher que gerou cinco homens trovões.Estes deveriam criar a humanidade,mas falharam. Então, ela cria Yebá Gõãmu e Umukomashu Boreka,que se juntam ao Terceiro Trovão para criar a humanidade. Eles pegam todas as suas riquezas e partem para sua "jornada".

O Terceiro Trovão se transformam em uma grande cobra, chamada de Canoa de Transformação, e vai até o fundo do Lago de Leite, onde criaram casas. Logo após continuaram sua jornada e em cada lugar que paravam realizavam rituais com suas riquezas,que se transformaram em gente. Em seguida, criaram as diferentes línguas dos grupos que vivem na região do Rio Negro. 

Os humanos foram levados a uma cachoeira onde Yebá Gõãmu deu origem ao chefe dos Tukanos,que foi o primeiro a descer da Canoa de Transformações, depois desceu Boreka,chefe dos Desana, e então o chefe dos Pyra-Tapuyo, dos Sirianos, dos Baniwa e o chefe dos Maku. Yebá Gõãmu dá a eles alguns objetos, a tranquilidade e o poder de viverem em harmonia. O sétimo homem a sair, era o homem branco,que portava um espingarda, a ele não foi dado nada,mas foi lhe dito, que seria alguém sem medo,que causaria a guerra para roubar os outros. O branco dá um tiro com sua espingarda e segue em direção ao sul fazendo guerra.

Leticia M.

A Criação segundo a mitologia chinesa: Pan Gu


Seguindo a linha das primeiras postagens, começaremos o blog falando sobre o início, do jeito mais interessante: por meio dos mitos. Então, como cada civilização tem um jeito particular de explicar o mundo, vamos tentar falar das mais interessantes. Uma das mitologias menos divulgadas no ocidente é a asiática, então, vamos fazer uma visita à China e descobrir como os chineses explicam o surgimento do Universo.
Segundo, eles, o universo veio de uma bola cósmica, envolta em trevas, flutuando no Universo, e dentro da bola, havia um espírito. O espírito foi se desenvolvendo no silêncio, no seu interior, não se sabe por quanto tempo, até finalmente esse espírito chamado Pan Gu, nasceu. Ele vivia dentro da bola, dormindo tranquilamente, absorvendo sua nutrição.
Milhões de anos se passaram, e então, Pan Gu cresce e vira um gigante. Um dia, abriu os olhos, mas como estava na total escuridão, não conseguia ver nada. Ele achava que o negro ao seu redor era porque não havia acordado completamente, então começou a limpar os olhos compulsivamente, mas só via o escuro. Então ele se enfureceu. Gritava, pulava, pedia pela luz e batia na bola para quebrar o mundo escuro.
Pan Gu continuava se revoltar, ninguém sabe por quanto tempo, até que finalmente, seus gritos atravessaram a bola e chegaram aos ouvidos do Imperador de Jade no céu, que ficou muito feliz ao ouvir aquilo, e então pega um machado ao seu lado, e o joga dentro da bola para Pan Gu.
Pan Gu pulava e gritava, quando então vê um fio de luz quando o machado atravessa a bola, e estica a mão para alcançar aquela luz. Ao mesmo tempo, o machado cai em sua mão, e o gigante o olha. A felicidade lhe toma conta, e então decide quebrar a escuridão com o machado.
Com a primeira machadada, ele ouve um barulho tão forte que pareceu quebrar tudo. Então uma rachadura aparece na bola, e uma luz brilhante veio de fora. Pan Gu fica tão alegre que se detêm por alguns momentos, mas então vê que a rachadura vai se fechando, e a luz, sumindo. Nesse momento ele joga o machado no chão e empurra a parte de cima da bola para manter a fissura.
Sabendo que, se desistisse, a bola fecharia, Pan Gu sustenta a parte de cima da bola com toda sua força. Então, as juntas de seus ossos começam a estalar. Pan Gu estava crescendo. Todos os dias, o gigante crescia um Zhang(3 metros), e o mesmo acontecia com a rachadura. Muitos anos se passaram até que tanto Pan Gu como a rachadura atingem 18 milhas de Zhang.
Quando viu que as duas partes da rachadura se afastaram a ponto de não poderem mais se fechar, Pan Gu se sentiu aliviado e olhou ao seu redor. A escuridão de cima virou o céu, ficando com a cor azul clara; a escuridão de baixo vira a terra grossa, que fica amarela amarronzada. Pan Gu se sente muito alegre quando vê o céu, tão grande que parece não ter fim; e a terra, amarela, grossa e ampla. A escuridão tinha sumido, e a terra estava coberta de claridade. Se sente tão feliz, que começa a rir.
Porém, ele ri tanto, que tem um colapso, e seu enorme corpo caiu no chão. Pan Gu está morto. Mas na verdade, ele não morre. Então seu corpo começa a brilhar e as partes de sua essência física começam a se transformar.
Seu olho esquerdo voa para leste, e vira o sol brilhante, que ilumina tudo. Seu olho direito voa para oeste do céu, e vira a lua terna. Sua respiração,  transforma-se no vento da primavera que acorda a vida e nas nuvens que flutuam no céu. Sua voz, no raio que ilumina as nuvens escuras com um trovão ensurdecedor. Seus cabelos e barba, voam e se espalham em todos os sentidos, tornando-se as florestas densas, ervas prósperas e flores coloridas. Seu suor, toca o céu, e vira estrelas brilhantes. Seus braços, se estendem, formando montanhas. Suas veias tornaram-se caminhos, labirintos envolvendo a terra, onde seu sangue fluiu, formando os rios. Seus ossos e dentes se espalham, viram metais brilhantes, jades brancos e tesouros abundantes. Da sua saliva, veio a chuva que umedece a terra. O que restava da vida em seu espírito se transformou lentamente em bichos, peixes, pássaros e insetos, e trouxe vitalidade para o mundo.
Usando seu corpo e espírito, Pan Gu criou o mundo.
Kevin A.