Kappa



                 O Kappa é a criatura mitológica mais conhecida no Japão. Com o tamanho de uma criança de 10 anos, cara de macaco, corpo e casco nas costas semelhantes ao de uma tartaruga, membros escamosos, pés e mãos com membranas, cor esverdeada e o topo da cabeça com a forma de uma tigela, sua existência é registrada em livros científicos no Período Edo, principalmente no livro Suikokouryaku, escrito por Toan Koga, e é influência da mitologia shintoísta, mais especificamente dos Sujins, seres que pode ser encontrados em meio à água, como cobras, peixes, tartarugas e o próprio Kappa.
Para nos refrescarmos um pouco do calor incômodo que há quase uma semana vem atrapalhando nossas tarefas diárias, vamos falar sobre uma criatura, que, vivendo no Reino das Águas e retirando sua força vital dela, precisa, assim como nós, da água para sobreviver. Vamos falar sobre o Kappa.

Kappa

                O formato característico da sua cabeça é usado para o armazenamento de água quando em superfície terrestre, assim o líquido fica em sua cabeça e ele consegue, retirando a força vital do fluído, permanecer em terra. De forma, que um dos modos de se proteger das criaturas é fazer o cumprimento formal japonês, inclinar seu corpo abaixando seu tronco e sua cabeça, fazendo o Kappa sentir-se forçado a retribuir do mesmo modo, derrubando a água e sendo obrigado a retornar ao lago ou rio em que vive.

Kappamaki

                Outro jeito de proteger-se dos atos maliciosos do Kappa é escrever o nome de seus parentes e o seu em pepinos e jogar em um rio ou lago infestado pelas criaturas. O pepino é um dos alimentos mais apreciados pelos seres – tanto que o sushi feito por ele é chamado de kappamaki, em homenagem ao ser mitológico –, assim quando ele aceitar o vegetal, estará abrindo mão de atacar a pessoa cujo nome está nele. Muitos pais escreviam o nome de seus filhos, um ótimo jeito de se protegê-los, considerando que crianças humanas são outro alimento que agrada os Kappas, perdendo apenas do pepino.
                Normalmente, podem ser perigosos, já que se alimentam do sangue e das entranhas retiradas pelo ânus dos seres humanos; mas também podem ser úteis aos homens, principalmente com aqueles que os capturam ou com os quais estabeleceram uma dívida, já que o decoro faz com que as criaturas nunca quebrem suas palavras, ajudando em irrigações e nos entregando diversos dos seus conhecimentos da medicina, sendo que muitas lendas atribuem a eles a descoberta do formato ósseo do ser humano.
                Um exemplo dessas ações benevolentes e de grande utilidade é o que ocorreu em Tokyo, entre Ueno e Asakusa, quando um Kappa do Rio Sumida ajudou os moradores do lugar a cavar uma fossa de drenagem, para cumprir a tarefa que a bacia em que a região se encontrava não podia realizar, por ser de baixa drenagem. Nesse mesmo lugar, hoje, há um templo dedicado aos Kappas, assim como existem em vários lugares pelo Japão, apesar de ainda haver o temor por eles, exemplificado no fato de ainda haver placas em rios e lagos, alertando sobre o perigo das criaturas que possivelmente viveriam ali.
                Como dito anteriormente, são um dos seres mitológicos mais populares no Japão, sendo que até hoje são feitas produções de diferentes proporções relacionadas aos Kappas. Animes, filmes, novelas ou livros referentes as criaturas são bastante encontrados no Japão, de modo que a nação nipônica dificilmente abandonará esta parte de sua cultura.

Kappa no Kai Kata - Anime cuja história se baseia na compra de um Kappa e no treinamento dele.

Camila. H.


Dragões

Bom, uma das formas caracterizar uma cultura é com símbolos, e um dos mais usados pelas culturas mais famosas são as criaturas místicas, e uma que aparece bastante e, todas as culturas tradicionais, e até mesmo na cultura moderna, é o dragão. Os dragões são fonte de inspiração para tudo que se possa imaginar, como arte, filmes e histórias, alguns até Best-sellers.
Dragão Vermelho
                Os dragões são criaturas fascinantes, em sua aparência são representados em uma espécie de mistura entre a família dos répteis e sáurios, uma cabeça ornada com uma crista, poderosos chifres, uma cauda, e o corpo coberto de uma pele escamosa e cheia de esporas. Se diz que seu hálito é um veneno mortal, assim como seu sangue. Dizem que são os guardiões da natureza, por isso vivem nos lugares mais isolados.
                No ocidente, essas criaturas começaram a ganhar fama em escrituras judaicas e gragas. E na Europa, havia várias lendas sobre répteis gigantes de “respiração pestilenta” e cuspidores de fogo. Nas histórias, os dragões eram seres cruéis, que raptavam as donzelas e as devoravam, ou então narravam os valentes cavaleiros que lutavam contra as feras e sempre acabavam mortos, que criavam as imagens de heróis. O mais famoso herói que salvou sua donzela foi São Jorge, que também representa a superioridade cristã sobre o mal.
                Já no leste da Europa, esses seres representam as sociedades secretas ocultistas, porque um dos significados dos dragões são da sabedoria. Um dos mais famosos membros dessas organizações, Drácula, recebeu seu apelido porque o seu significado é algo nada sugestivo: “Dragão”.
                Agora no Oriente, diferente dos outros lugares, os dragões não eram necessariamente perversos, e são figuras de destaque principalmente na China, sendo até o foco de festas folclóricas. Segundo eles, esses gigantes vagam pelos seus, pelas águas e pelas entranhas da terra, e há até uma hierarquia entre os dragões. Também são consideradas as criaturas que formaram os outros animais, junto com os unicórnios e as tartarugas. Os dragões também podem ser protetores dos céus, controladores do clima e também dos rios e joias.  E segundo sua cor, têm um significado diferente: os azuis são os agúrios do verão, os vermelhos são as feras que causam os desastres naturais, e os amarelos são os mais superiores, apenas aparecem caso houvesse alguma perfeição.
Plesiossauro
                Essas criaturas fascinantes são inspiração para várias pesquisas de historiadores, que tentam provar a sua existência. Segundo H.P. Blavatsky, um ancestral que pode explicar a existência das hidras e dragões é o plesiossauro, um réptil marinho parecido com um lagarto, além da descoberta do pterodátilo, mas nada que chegasse às descrições dos dragões. Mas foi em 1912 que achou-se que os dragões foram então revelados, quando os dragões de Komodo foram descobertos: lagartos que se assemelhavam às descrições da antiguidade, porém, não cuspiam fogo, e eram uma versão em miniatura dos gigantes. Vários estudiosos dizem que, é muita coincidência que o mesmo ideal de dragão foi passado por milênios, e mantido preservado, então os seres voadores realmente existiram, ou os povos antigos eram dotados de uma imaginação invejável. Não faltam exemplos, até mesmo na bíblia, que descreve o Leviathan, um monstro marinho que é uma adaptação dos dragões, além de pergaminhos antigos, descobertas arqueológicas, estudos a fundo. Apesar de tudo isso, a ciência ainda não admite a existência de tais criaturas em época alguma.
Leviathan
                Um fato interessante é que o fogo expelido por esses animais seria teoricamente possível, caso os seus pulmões fossem capazes de separar alguns dos gases que compõem o ar e se fossem de um material resistente ao calor. A faísca poderia ser obtida pela fricção de dois ossos, ou pela ingestão de minerais que reagissem quimicamente gerando o fogo. Alguns acreditam que a saliva dos dragões teria uma substância volátil que entrasse em combustão espontânea com o ar, como o fósforo branco.
                Então, por toda essa história, dá para perceber porque os contos que trabalham em cima disso estão dando tão certo, é uma história cheia de controvérsias, com muitos espaços em branco, que só precisam da criatividade de quem escreve. Alguns dos romances mais conhecidos e bem-sucedidos são a trilogia A Herança(Eragon, Eldest e Brisingr), outra trilogia, os Dragões de Éter, até Harry Potter usa os dragões como apoio em algumas partes da história. Alguns desenhos, como Dragon Ball Z, e até jogos, como Dragon Age.
Kevin A.

O Rapto de Perséfone - As Estações do Ano

Hoje é dia 23 de Setembro, ou seja, o início da Primavera. Esta estação que nos presenteia com flores, vida, temperatura amena e dias e noites que duram 12 horas.
Cientificamente, o equinócio de primavera ocorre quando a Terra está inclinada lateralmente em relação ao sol, recebendo luz equitativamente.  Mas, a visão cientifica não nos interessa neste caso, já que nosso foco é a mitologia.
O Rapto de Perséfone -  Gian Lorenzo Bernini


Segundo os gregos, a única estação que existia era a Primavera. Durante esse período, uma jovem chamada Perséfone, única filha de Deméter, andava pela Terra. Certo dia, enquanto a jovem colhia flores cantando alegremente pelo campos, Hades, o deus do submundo, apaixona-se perdidamente por ela e a rapta, levando-a para seu reino das trevas.
Deméter ao descobrir que sua única filha foi levada para o submundo, desespera-se. Fazendo com que as flores murchassem, os frutos secassem e a vida não nascesse. A humanidade faminta pede a Zeus que resolva a situação.
Então o deus do universo pede a seu filho Hermes que desça até o mundo subterrâneo e negocie com Hades. Hermes propõe que Perséfone fique durante oito meses com sua mãe e nos meses restantes, retornaria ao submundo para ficar com seu marido.  Hades concorda.
Para comemorar o retorno de sua filha, Deméter cobre a Terra de flores. E assim surgem as estações. A primavera e o verão são os períodos em que Perséfone está na Terra, o outono é quando ela se prepara para retornar ao mundo das trevas, por isso as folhas começam a secar, o tempo fica mais frio. Quando a jovem está no submundo, entramos no inverno, não há sol, não há flores, não há alegria. Porém, quando ela retorna, sua mãe se alegra e espalha a beleza e a vida pelo mundo.
Leticia M.

A Caixa de Pandora

Pandora
                Pandora foi a primeira mulher a existir na Terra, de acordo com a mitologia grega. A história da bela mulher está intimamente ligada com a dos irmãos Prometeu e Epimeteu, os responsáveis pela povoação da Terra, que criaram os animais e o ser humano, dando a cada um deles as características necessárias para se adaptarem e viverem ao ambiente ao qual foram destinados.
                Epimeteu criara todos os animais, dando a eles elementos para garantir a sobrevivência, como asas, garras, coragem ou presas. No entanto, quando chegara à vez do homem ser feito, não havia mais nenhum elemento que o tornasse superior aos outros, como ele deveria ser. Desesperado, Epimeteu pede ajuda a seu irmão, que, por sua vez, acende uma tocha na carruagem de Hélios, o deus sol, dando-a aos homens, entregando-lhes o poder do fogo, que afirma a sua superioridade.
                Infelizmente, Zeus não aprecia o ato de Prometeu e como castigo prende-o no alto de uma montanha, onde todos os dias, um abutre come suas vísceras, para que a noite, elas se regenerem. Fazendo com que o titã não possuísse um único momento de descanso, sofrendo dia e noite, pela dor de ter seus órgãos destruídos e reconstruídos.
                Também há a versão em que Zeus criara Pandora, uma bela mulher que recebera diversas características e dons dos deuses, por exemplo, Hefesto moldara o seu corpo e Atenas dera-lhe habilidades manuais, e que seria usada para castigar Prometeu. A mulher foi oferecida a ele, que educadamente recusou. Então, Pandora foi entregue a Epimeteu que a aceitara de bom grado, mesmo com os avisos de cautela de seu irmão para com os presentes de Zeus.
                A partir desta parte, a história pode ser contada de diferentes maneiras. Em uma das versões, é Pandora que leva consigo uma caixa que contém todas as doenças do corpo e males do espírito da humanidade; já em outra, é Epimeteu, que guardara em uma caixa todos os sentimentos maléficos que não quisera dar aos homens quando os criara.
                A terceira está ligada também à condenação de Prometeu à montanha e a dor constante, em que ele, antes de ser castigado, prende os males que poderiam infectar os homens em uma caixa e a entrega para seu irmão, pedindo que a guardasse cuidadosamente. Pedido cumprido, já que Epimeteu colocara a caixa entre duas gaiolas de gralhas no fundo de seu lar, assim se alguém tentasse mexer nela, os pássaros avisariam, com um barulho infernal.
                Nestes três casos, Pandora abre a caixa e libera todas as doenças, todos os males, infectando toda a humanidade, mas logo depois fecha a caixa, com o pânico que se instalou logo que ela viu o que causou, não deixando que o último deles saísse dela, aprisionando a esperança.
                Outra versão diz que Pandora foi criada por Zeus, com a intenção de ser um presente aos homens. E que a ela foi dada uma caixa como presente de casamento, em que vários bens estavam dentro. No entanto, curiosa, a mulher a abre a caixa deixando os bens escaparem e desaparecerem, sobrando apenas um no fundo da caixa, a esperança.
                A variante mais famosa do mito é aquela que diz que Pandora abre a caixa e libera os males na Terra, tanto que a caixa de Pandora é usada até hoje, em filmes, livros e seriados, como exemplo de um cofre que guarda os piores sentimentos de alguém, que apenas poderão ser libertos pela pessoa certa e pela ação certa.
                Um exemplo do uso do conceito da caixa de Pandora é o mangá Skip Beat, de Yoshiki Nakamura. Em que logo no começo, a protagonista, Mogami Kyoko, fala que Deus dá a cada pessoa uma caixa fechada por inúmeros cadeados para que não possa ser aberta tão facilmente. No entanto, a sua caixa se abre, no momento em que ela é cruelmente desprezada pelo seu amigo e amor de infância, por quem jogara toda a sua vida, seus sonhos e desejos fora. O que faz com que um turbilhão de sentimentos ruins e pensamentos obscuros se apoderem dela, mudando-a completamente e fazendo com que vingança vire sua nova palavra favorita.

Mogami Kyoko depois da abertura da sua Caixa de Pandora

God Of War

Um dos jogos mais populares da atualidade, com certeza é God of War. Além de apresentar ótima jogabilidade, enredo envolvente, ter ganhado vários prêmios, ter recebido uma ótima crítica e ser segundo a CNN um game que faz você lembrar porque se deve jogar. É uma verdadeira aula de Mitologia Grega. O enredo fala sobre Kratos, um ex-guerreiro espartano que quer se vingar de Ares, o deus da guerra ou o God of War (é daí que vem o nome do jogo). Em sua “jornada pela vingança” depara-se com vários deuses, dentre eles: Atenas, Zeus, Hades, Artemis, Poseidon entre outros. E seus inimigos são ciclopes, harpias, Medusa etc. Minha intenção com essa postagem é falar um pouco sobre alguns desses personagens mitológicos de God Of War.
Ares -  O deus da guerra
  • Ares - O deus da guerra:
Filho de Zeus e Hera. Era um guerreiro, que só encontrava suas paz no campo de batalha. Era amante de Afrodite, a deusa do amor com quem teve alguns filhos. Na mitologia romana, Marte ( nome romano de Ares) teve dois filhos com Réia: Rômulo e Remo, os fundadores de Roma. Não era muito popular no Olimpo, nem Zeus gostava dele e sua principal rival era Atena. No game Ares mandam Kratos incendiar uma vila de adoradores de Atenas.

  • Atena -  deusa da sabedoria
Era a filha favorita de Zeus e saiu adulta de sua proteção. Seu pai deu-lhe seu escudo, adornado com a cabeça de Medusa, sua "égide" e o raio. Era a deusa virgem. Atena pedia para que ninguém se apaixonasse por ela, para que não tivesse que abandonar a vida de lutas e viver uma vida doméstica. Disputou com seu tio Poseidon o padroado de uma cidade. Para isso realizaram um concurso e Atena ganhou, por isso a cidade levou o seu nome Atenas. Na mitologia romana era conhecida como Minerva, porque deu o voto de Minerva no julgamento de Orestes.

  • Poseidon - deus dos mares
Filho de  Cronos e Réia, irmão de Zeus e de Hades. Marido de Anfitrite, com quem teve um filho.  Um tritão que teve inúmeros amores, especialmente com as ninfas. Foi pai de vários filhos que ficaram famosos por sua crueldade como Órion e Poliferno. Além de ser o pai de Pégasos. Na Guerra de Tróia ajuda os gregos para vingar-se do rei troiano que não pagou pelo muro da cidade. Em Roma era chamado de Netuno.

Irmãos Grimm

         Hoje muitas de nossas influências mitológicas estão nas coisas mais aparentemente simples, e não nos damos conta, como por exemplo as histórias que se contam para as crianças são incrivelmente antigas, a maioria delas criadas pelos irmãos Grimm.
Irmãos Grimm
         Um fato interessante é que o objetivo inicial dessas histórias não era o entretenimento, mas sim uma forma de protegê-las, pois na época de seu surgimento, a maioria das crianças tinha grande contato com as florestas, que escondiam perigos como cavaleiros e animais selvagens. Então foram criadas as histórias, de terror, transmitidas oralmente, na qual aconteciam coisas horríveis com as crianças, para criar o medo e evitar que fossem para esses lugares.
         Os irmãos Wilhelm e Jacob Grimm viveram por volta de 1800, na Alemanha, mas não eram simples contadores de histórias, também eram grandes intelectuais, formados em direito e literatura e estudiosos da língua alemã, filosofia e história, logo, não escreviam apenas contos, mas também gramática alemã, história alemã, dicionário alemão, e poemas heroicos dinamarqueses. Seu repertório de histórias é muito respeitado por vários historiadores, além de uma quantidade assustadora: cerca de 200 contos de fadas, 10 lendas e 600 cantigas folclóricas.

Branca de Neve
         Porém, os contos atuais perderam a essência de como eles eram contados anteriormente, pois sofreram inúmeras adaptações, se afastando ainda mais da história original, o que pode ser observado na história original da branca de neve, muito mais pesada do que a atual. Originalmente, branca de neve tinha 7 anos, e desperta a ira da rainha por causa de sua beleza, então a rainha manda um caçador para matar a menina, mas o caçador tem pena dela e a manda para a rainha órgãos de javali. Então a menina acha a casa dos anões, que a deixam ficar contanto que lave, passe, cozinhe e limpe. Quando a rainha descobre que a garota está viva, vai a casa dos anões com um corpete de seda e tenta matá-la apertando bem forte. Não funciona. Ela vai de novo com um pente envenenado e tenta matá-la penteando seus cabelos, e só então na terceira vez ela vai com a maçã envenenada. Os anões pensam que a menina morreu e a colocam em uma cripta de vidro, que depois vendem para um príncipe. No caminho, o príncipe deixa a cripta cair, fazendo com que a menina cuspa o pedaço da maçã envenenada, voltando à vida. Então eles se casam, e chamam a madrasta para o casamento. Então colocam um sapato em brasa na rainha para que ela dance até morrer.
         Dá para perceber que as histórias foram censuradas ao longo do tempo. Uma boa sugestão é o filme “Os irmãos Grimm”, que conta um pouco da história dos dois e de suas histórias, e “A garota da capa vermelha”, que traz uma nova visão do conto da chapeuzinho vermelho.

Kevin A.



Cassandra e Trelawney

  
Camila. H.

Profetiza Cassandra

          A mitologia está presente em nosso dia a dia. Em filmes, seriados e livros, ela é constantemente resgatada e utilizada como fonte de criatividade de diversos autores. Um exemplo recente que podemos comentar é o da Professora de Adivinhação, Sibila Trelawney, da famosa série de livros Harry Potter, da escritora britânica, J.K. Rowling.
A história de Trelawney resgata o triste conto mitológico de Cassandra, sendo a professora a tataraneta da profetiza, herdando não apenas os seus poderes, como também, a tão terrível maldição de ser desacreditada e vista como uma louca pela maioria da população de sua comunidade.
Cassandra foi uma profetiza, filha do rei Príamo e da rainha Hécuba de Tróia e irmã gêmea de Heleno, que ajudou na derrota de Tróia, sob tortura dos gregos. Segundo o mito, Cassandra e Heleno receberam seus poderes enquanto dormiam no templo de Apolo, duas serpentes lamberam suas orelhas, tornando-as capazes de ouvir as vozes dos deuses. No entanto, a jovem apenas tornou-se uma profetiza, quando Apolo ensinou-lhe os segredos da profecia, depois deste ter se apaixonado por sua bela e devota servidora.
Sibila Trelawney
Todavia, quando Cassandra se recusou a dormir com o deus, Apolo lançou uma terrível maldição, dizendo que ninguém jamais acreditaria em suas predições, fazendo com que a profetiza fosse vista como uma louca por todos e fosse obrigada a ver as desgraças acometidas à sua terra duas vezes, uma vez que ninguém acreditava nas suas profecias de acontecimentos catastróficos, fazendo com que ela nunca pudesse impedi-las.
Essa visão da população troiana da loucura de Cassandra é refletida na visão da população bruxa e, principalmente, dos alunos da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts da total demência da Professora de Adivinhação, com a diferença que esta não foi totalmente desacreditada e obrigada a ver suas predições tornarem-se realidade, graças a uma única pessoa, e da visível inferioridade de seus poderes em relação da poderosa profetiza da mitologia grega, Cassandra.

Kitsune


Falarei hoje de uma criatura bastante presente na mitologia japonesa: as kitsunes ou raposas. Kitsu em japonês é uma onomatopéia para “ganido da raposa”, atualmente usa-se “gon-gon” ou “kon-kon” para designar a palavra raposa e kitsune é considerada uma palavra arcaica.
Miles "Tails",Ninetails, Naruto e Kyuubi
Provavelmente, vocês já devem ter visto as kitsunes em vários lugares, por exemplo, no anime Naruto, no qual o protagonista possui a kyuubi , ou raposa de nove caudas, selada em seu corpo, em Pokémon, temos Vulpix e Ninetails, dois pokemons com aparência de raposas, o primeiro com seis caudas e o segundo com nove. O personagem Miles “Tails” Prower do jogo Sonic é uma raposa com duas caudas.
Como podemos ver elas são muito populares. No Japão, as kitsunes representam a sabedoria e a inteligência, geralmente são mais poderosas que os seres humanos, por isso os tratam com arrogância. Possuem poderes como possessão, gerar fogo, aparecer em sonhos,criar ilusões, dobrar tempo e espaço,assumir a forma humana e até matar pessoas. Sempre tem nomes femininos, pois acredita-se que elas são do sexo feminino.
Não se sabe ao certo a origem das lendas a respeito delas, já que vários povos da Ásia formaram o povo japonês e desde a Antiguidade há mitos sobre as raposas.
Há algumas variações de kitsunes, cada uma delas com suas peculiaridades. A mais famosa de todas é Kyuubi no Kitsune que são as raposas que a cada 100 anos ganham uma nova cauda, assim aumentam seus conhecimentos e poderes , quando elas obtêm a nona cauda, após mil anos de existência, a cor de sua pelagem muda para prateada ou dourada e ganham a habilidade de verem e ouvirem tudo que acontece no mundo, além de sabedoria infinita, ou seja, tornam-se oniscientes.
Segundo algumas lendas, a pior de todas as Kyuubi no Kitsune foi Tamamo-no-Mae.
Essa kitsune assume a forma de uma mulher bela e sábia, e encanta a todos, inclusive ao Imperador Konoe que se apaixona por ela e logo depois é atingido por uma doença desconhecida. Todos os sábios, monges e médicos tentaram achar uma explicação para a doença. Quando Konoe estava prestes a morrer, um astrólogo descobre que Tamamo-no-Mae era a causa da enfermidade, pois era a Kyuubi no Kitsune e queria tira-lo do poder.  O boato se espalha, obrigando Tamamo-no-Mae a fugir. O Imperador a procurou incansavelmente, mas não conseguia achá-la, então chama os guerreiros mais poderosos de todo o Império: Kasuza no Suke e Miura no Sube. Estes durante sua caçada foram diversas vezes enganados, até que um dia, Tamamo-no-Mae aparece nos sonhos de Miura e lhe implora para que poupasse sua vida, pois ela previu que no dia seguinte o guerreiro a mataria. Na manhã seguinte, os guerreiros a encurralam e Miura a mata com uma flechada. O corpo da Kitsune se transforma em uma pedra, qualquer criatura que a tocasse morreria imediatamente, por isso a pedra era conhecida como Sessho-Seki – “a pedra da matança”. O espírito maligno da raposa assombrou a pedra por muito tempo, até que um monge budista a exorciza. Atualmente, a planície onde Tamamo-no-Mae é considerada um ponto turístico da província de Nasu.


Leticia M.