Lágrimas de Sangue


Boa noite meus leitores.  Agora vamos sair um pouco daquele estilo documentado e ir para um lado mais informal de postagens. Vou seguir uma linha de mitos mais atuais e sem essa carga de Antiguidade, um bom exemplo pode ser o das lendas urbanas, que circulam na maioria das vezes como histórias de terror. Há várias e várias dessas, mas vou contar uma que sempre ouvia, a das Lágrimas de Sangue.
Em uma cidade no interior de São Paulo, tinha uma menina tão linda quanto um anjo, porém mais se vestia como uma vampira, sombria, mas apesar de seu modo de vestir ela parecia doce. Tinha o hábito de ir ao cemitério todos os dias, e uma vez o vigia a viu falando sozinha, e perguntou com quem ela estava falando; ela respondeu que falava com os amigos e parentes que já haviam morrido. O vigia, sem entender nada, fechou os portões do cemitério e a menina foi embora.
No dia seguinte, ela veio fazer a visita como de costume, porém agora ela estava mais angustiada e com rosas, cujos espetos já haviam furado suas mãos, mas o vigia, já acostumado com a visita, não disse nada. Ela tinha ficado lá apenas alguns minutos, e o vigia perguntou a ela o porquê da pressa, a menina respondeu: “hoje vou mais cedo porque alguém lá dentro me disse que o motivo da minha tristeza é que vou fazer um passeio onde vou chorar lagrimas de sangue e do qual na próxima vez que eu vier aqui eu estarei com os olhos fechados”. O vigia achou que ela era apenas louca e foi embora.
Porém, no dia seguinte, a menina não veio ao cemitério e o vigia foi avisado sobre uma menina que foi assassinada a sangue frio e seus olhos tinham sido furados, e o enterro seria naquele mesmo cemitério.O homem se sentiu curioso e foi verificar se era mesmo a tal menina, e se surpreendeu ao ver que era mesmo ela.
Passaram-se alguns dias e o vigia viu alguém no cemitério, mas como seria possível se ele não havia recebido ninguém? Então ele escuta uma voz conhecida, era a voz da menina. Assustado, correu para seu posto e repetiu para si mesmo que aquilo tudo era coisa de sua cabeça.
Um dia desses umas amigas da menina foram visitar seu túmulo, mas sentiram algo estranho e perguntaram ao vigia se havia mais alguém naquele cemitério, o vigia respondeu que não, pois a garota era muito solitária. Mais tarde no mesmo dia, outra amiga vai visitar o túmulo da menina, então o vigia escuta um grito, e vê a visitante correndo em sua direção, dizendo que tinha visto a menina com os olhos abertos e sem nenhum ferimento, e que apenas chorava, mas eram lágrimas de sangue.
O vigia não acreditou muito na história da menina, e no dia seguinte foi visitar o túmulo da menina. Lá ele encontrou as rosas que suas amigas haviam deixado, mas com todos os espinhos manchados de sangue, e no túmulo estava gravado: “por favor, não tenha medo dessa alma que é triste e amaldiçoada”. O vigia não sabia como aquela frase tinha parado lá, mas quando olhou para cima viu a menina, vestindo luto, e chorando lágrimas de sangue. O vigia saiu correndo e saiu do emprego.
E deste dia em diante, dizem que todo dia, quando a lua está cheia e o vento está forte, se ouve os sussurros da menina e se vê uma figura vagando pelo cemitério, chorando lágrimas de sangue.
Uma história assim como a maioria das lendas urbanas. Existem vários filmes e livros que falam um pouco sobre o assunto, uma boa pedida é o livro “Lendas Urbanas”, nada sugestivo, que reúne várias histórias, e a série de filmes “Lenda Urbana”, que novamente tem um título nada sugestivo. Espero que tenham gostado do post e voltem sempre.     
                                                                                                               Kevin A.

A Criação - Izanagi e Izanami

                Desta vez, falaremos sobre a mitologia japonesa, que relata que a criação do mundo começou com o nascimento de três divindades. Elas surgiram do desabrochar de um broto de junco presente na massa viscosa e indistinta no oceano que precedeu a tudo e logo depois desapareceram para que outras duas divindades surgissem e desaparecessem do mesmo jeito e dessem espaço para o surgimento de outros seis casais (no começo, sete, mas um logo teve o mesmo destino que os primeiros). Estes começaram com a difícil tarefa de criar um novo universo, sendo que a parte difícil ficou para o último casal, criar a Terra.
                Izanagi (macho que convida) e Izanami (fêmea que convida), o último casal e seres de incrível beleza física, saíram da Via Láctea, pela Ama no Hoshi Date (uma ponte lançada do céu), levando apenas uma lança de ouro e pedras preciosas. A primeira foi mergulhada na massa viscosa e retirada, fazendo com que a espuma caída dela, cristalizasse e se solidificasse, gerando a Terra.
                O casal desceu para a criação e se dispuseram a começar outras. Izanami, então, pede Izanagi em casamento e vendo o acasalamento de pássaros tsuru, imitaram-nos e disto acabam nascendo duas criações monstruosas, que logo são abandonadas. Descontentes, as divindades peguntam aos outros deuses o motivo da tão terrível criação, e como resposta, eles dizem que deveria ser Izanagi a pedir Izanami em casamento e que o ato contrário resultou nisto, o que nos apresenta um pouco do machismo presente na sociedade japonesa.
                Depois disto, Izanagi pede Izanami em casamento, gerando agora as divindades das ilhas, os deuses da cachoeira, das montanhas, das ervas, dos ventos, o espírito das árvores e por último o deus do fogo, que provocou a morte da mãe, que adoeceu com febre ardente e morreu. Sendo que  para acalmar o seu espírito, fora construído um altar e oferecidas flores.
                Izanami parte para o mundo dos mortos, seguida por Izanagi, com as objeções da mesma que não queria que ninguém vesse a perda de sua beleza. No entanto, mesmo assim, seu marido acende uma tocha e, contemplando o corpo da esposa em composição, foge. Ofendida, Izanami, com outros seres da terra dos mortos, persegue Izanagi, até que este saísse da montanha que levasse ao reino dos mortos, lacrando-o com uma pedra.
                A mulher, em resposta ao insulto grita que por sua causa, mataria 1000 habitantes da terra todo dia e Izanagi responde que assim faria nascer 1500 a cada dia. Em resposta a sua promessa, Izanagi cria os seres divinos em seu ritual de purificação, em que se banhou para se livrar dos resquícios e efeitos causados pela sua ida ao reino dos mortos.
As três divindades foram Amaterasu Omikami, a deusa do Sol, que nasceu enquanto Izanagi lavava o olho esquerdo; Tsukiyomi no MIkoto, o deus da Lua, na lavagem do olho direito; e Suzano, o deu do Mar, na lavagem do nariz. Cada um responsável pela Alta Planície Terrestre, pelo País do Reinado da Noite e pela Planície Marinha, respectivamente.

Camila. H.

A criação segundo os povos indígenas



Nas postagens anteriores pudemos ver a origem do mundo segundo os gregos e os chineses. Agora veremos o início na visão dos povos que habitaram nosso país.Vamos começar pelos Guarani.

Nhanderuvuçú é o principal deus da religião guarani. Ele não tem uma forma humana, é apenas uma energia que sempre existiu,até mesmo antes do Universo,em meio ao caos. A energia não pode ser criada ou destruída e pode se transformar em outro tipo de energia.

Com a ajuda da deusa da lua,Araci, Nhanderuvuçú, criou o mundo. Ele vem para a Terra,mais especificamente,para um monte,na região do atual Paraguai.Lá ele cria tudo que existe na face da terra: oceanos,animais,florestas,estrelas etc. 

Primeiramente, ele criou duas almas e delas surgiu a matéria (anhandeci). Em seguida,cria lagos,rios e oceanos e para protegê-los ,cria Iara, a senhora das águas. Para controlar o clima,tempo e o vento, cria Tupã, um mensageiro de Nhanderuvuçú, que se manifestava através de trovões. Já para a proteção da floresta e dos animais, criou Caaporã,mais conhecido como Caipora.

A primeira raça a ser criada foi o ser humano. Nhanderuvuçú faz estátuas de argila do homem e da mulher misturando vários elementos da natureza. Seus nomes eram Rupave, que significava "Pai dos povos" e Sypave,"Mãe dos povos".O deus sol sopra a vida e deixa na terra os espíritos do bem e do mal. E assim surge o Universo.

Já os Zo'é falam que havia diferentes tipos de seres humanos no universo. Dois deles eram inimigos e provocaram uma grande explosão, que causou um incêndio e logo após um dilúvio que dizimou os Zo'é. Mas os não-índios, os Kiharis, sobreviveram. Entre os Kiharis estava Nipuhan que recriou a espécie humana a partir dos ossos daqueles que não sobreviveram ao dilúvio. Essas pessoas são os ancestrais dos Zo'é.

Os Desana contam que antes do mundo ser criado havia uma mulher que gerou cinco homens trovões.Estes deveriam criar a humanidade,mas falharam. Então, ela cria Yebá Gõãmu e Umukomashu Boreka,que se juntam ao Terceiro Trovão para criar a humanidade. Eles pegam todas as suas riquezas e partem para sua "jornada".

O Terceiro Trovão se transformam em uma grande cobra, chamada de Canoa de Transformação, e vai até o fundo do Lago de Leite, onde criaram casas. Logo após continuaram sua jornada e em cada lugar que paravam realizavam rituais com suas riquezas,que se transformaram em gente. Em seguida, criaram as diferentes línguas dos grupos que vivem na região do Rio Negro. 

Os humanos foram levados a uma cachoeira onde Yebá Gõãmu deu origem ao chefe dos Tukanos,que foi o primeiro a descer da Canoa de Transformações, depois desceu Boreka,chefe dos Desana, e então o chefe dos Pyra-Tapuyo, dos Sirianos, dos Baniwa e o chefe dos Maku. Yebá Gõãmu dá a eles alguns objetos, a tranquilidade e o poder de viverem em harmonia. O sétimo homem a sair, era o homem branco,que portava um espingarda, a ele não foi dado nada,mas foi lhe dito, que seria alguém sem medo,que causaria a guerra para roubar os outros. O branco dá um tiro com sua espingarda e segue em direção ao sul fazendo guerra.

Leticia M.

A Criação segundo a mitologia chinesa: Pan Gu


Seguindo a linha das primeiras postagens, começaremos o blog falando sobre o início, do jeito mais interessante: por meio dos mitos. Então, como cada civilização tem um jeito particular de explicar o mundo, vamos tentar falar das mais interessantes. Uma das mitologias menos divulgadas no ocidente é a asiática, então, vamos fazer uma visita à China e descobrir como os chineses explicam o surgimento do Universo.
Segundo, eles, o universo veio de uma bola cósmica, envolta em trevas, flutuando no Universo, e dentro da bola, havia um espírito. O espírito foi se desenvolvendo no silêncio, no seu interior, não se sabe por quanto tempo, até finalmente esse espírito chamado Pan Gu, nasceu. Ele vivia dentro da bola, dormindo tranquilamente, absorvendo sua nutrição.
Milhões de anos se passaram, e então, Pan Gu cresce e vira um gigante. Um dia, abriu os olhos, mas como estava na total escuridão, não conseguia ver nada. Ele achava que o negro ao seu redor era porque não havia acordado completamente, então começou a limpar os olhos compulsivamente, mas só via o escuro. Então ele se enfureceu. Gritava, pulava, pedia pela luz e batia na bola para quebrar o mundo escuro.
Pan Gu continuava se revoltar, ninguém sabe por quanto tempo, até que finalmente, seus gritos atravessaram a bola e chegaram aos ouvidos do Imperador de Jade no céu, que ficou muito feliz ao ouvir aquilo, e então pega um machado ao seu lado, e o joga dentro da bola para Pan Gu.
Pan Gu pulava e gritava, quando então vê um fio de luz quando o machado atravessa a bola, e estica a mão para alcançar aquela luz. Ao mesmo tempo, o machado cai em sua mão, e o gigante o olha. A felicidade lhe toma conta, e então decide quebrar a escuridão com o machado.
Com a primeira machadada, ele ouve um barulho tão forte que pareceu quebrar tudo. Então uma rachadura aparece na bola, e uma luz brilhante veio de fora. Pan Gu fica tão alegre que se detêm por alguns momentos, mas então vê que a rachadura vai se fechando, e a luz, sumindo. Nesse momento ele joga o machado no chão e empurra a parte de cima da bola para manter a fissura.
Sabendo que, se desistisse, a bola fecharia, Pan Gu sustenta a parte de cima da bola com toda sua força. Então, as juntas de seus ossos começam a estalar. Pan Gu estava crescendo. Todos os dias, o gigante crescia um Zhang(3 metros), e o mesmo acontecia com a rachadura. Muitos anos se passaram até que tanto Pan Gu como a rachadura atingem 18 milhas de Zhang.
Quando viu que as duas partes da rachadura se afastaram a ponto de não poderem mais se fechar, Pan Gu se sentiu aliviado e olhou ao seu redor. A escuridão de cima virou o céu, ficando com a cor azul clara; a escuridão de baixo vira a terra grossa, que fica amarela amarronzada. Pan Gu se sente muito alegre quando vê o céu, tão grande que parece não ter fim; e a terra, amarela, grossa e ampla. A escuridão tinha sumido, e a terra estava coberta de claridade. Se sente tão feliz, que começa a rir.
Porém, ele ri tanto, que tem um colapso, e seu enorme corpo caiu no chão. Pan Gu está morto. Mas na verdade, ele não morre. Então seu corpo começa a brilhar e as partes de sua essência física começam a se transformar.
Seu olho esquerdo voa para leste, e vira o sol brilhante, que ilumina tudo. Seu olho direito voa para oeste do céu, e vira a lua terna. Sua respiração,  transforma-se no vento da primavera que acorda a vida e nas nuvens que flutuam no céu. Sua voz, no raio que ilumina as nuvens escuras com um trovão ensurdecedor. Seus cabelos e barba, voam e se espalham em todos os sentidos, tornando-se as florestas densas, ervas prósperas e flores coloridas. Seu suor, toca o céu, e vira estrelas brilhantes. Seus braços, se estendem, formando montanhas. Suas veias tornaram-se caminhos, labirintos envolvendo a terra, onde seu sangue fluiu, formando os rios. Seus ossos e dentes se espalham, viram metais brilhantes, jades brancos e tesouros abundantes. Da sua saliva, veio a chuva que umedece a terra. O que restava da vida em seu espírito se transformou lentamente em bichos, peixes, pássaros e insetos, e trouxe vitalidade para o mundo.
Usando seu corpo e espírito, Pan Gu criou o mundo.
Kevin A.