Como essa é uma das nossas primeiras postagens, resolvemos começar com algo relacionado, resolvemos começar com o início. Todas as civilizações (e essa é uma palavra que usaremos muito) tem uma explicação para o começo do Universo, para a origem dos deuses, e para iniciarmos a nossa viagem pelo mundo envolvente e encantador da mitologia, nada mais justo do que falar da versão do primeiro povo que vem a sua mente quando falamos a palavra “mito”: os gregos.
A Teogonia de Hesíodo foi o principal pilar para a explicação grega da origem do Universo. Aparentemente, Hesíodo, na Grécia do séc. XII a.C., pastoreava seu rebanho na Beócia, quando ouviu um canto fascinante e suave, que vinha do nada e o chamava pelo nome. As vozes macias e calmantes vinham das Musas, filhas de Zeus, o deus supremo do Olimpo, e elas, revelando-lhe a Origem dos Deuses, ajudaram-no a escrever o poema de 1022 versos: Teogonia.
Segundo ele, no princípio, havia apenas quatro seres divinais: Caos, Gaia (terra), Tártaro (abismo) e Eros (amor), sendo o último, o mais belo e o presente em todas as gerações, já que fundamenta todas as uniões.
Caos, sozinho, gera a Noite e Érebo (trevas). Do primeiro nasce uma odiosa prole, estando entre eles Tânatos (Morte) e Hipnos (Sono). Gaia gera, assexuadamente, Urano (céu), aquele capaz de cobri-la, as Montanhas e o Mar.
Juntos, Gaia e Urano dão origem aos Ciclopes, ao Trovão, ao Relâmpago, a Arges, aos hecatonquiros e aos Titãs: Oceano, Céos, Crio, Hipérion, Jápeto, Tétis, Téia, Febe, Réia, Mnemosine, Têmis e, por último, Chronos, que nutre um imponente ódio por seu pai.
O ódio era tamanho, que um dia Chronos se esconde e quando Urano está pronto para cobrir Gaia, aparece e o castra, lançando ao mar o membro que, pela última vez, ejacula, formando a espuma, da qual se origina Afrodite, a deus da beleza e do amor. No entanto, Urano amaldiçoa seu filho, falando que, um dia, teria um filho que seria o seu fim.
Chronos liberta seus irmãos, uma vez aprisionados por seu pai, e une-se com Réia, tendo filhos com a Titânide. Entretanto, Chronos, com medo de que a maldição do pai se tornasse realidade, engole os filhos, até que Réia, grávida de seu sexto filho se rebela e dá o garoto a sua mãe, Gaia, pedindo-lhe para que o salve. Gaia elabora um plano, dando a Chronos uma pedra no lugar do pequeno – que viria a ser Zeus – pedra devorada avidamente pelo deus.
Zeus enfrenta seu pai, obrigando-o a regurgitar seus irmãos e a pedra que tomara o seu lugar. Uma luta grandiosa ocorre, de uma lado Zeus e seus irmãos e de outro Chronos e os titãs. Concretizando a maldição de Urano, Zeus vence e prende os titãs em Tártaro.
Assim Zeus estabelece a ordem em Olimpo, entretanto, ele só governa o local sagrado, quando abate e lança a Tártaro o abominável Tifeu, uma criatura de cem cabeças de serpentes, fruto da união entre Zeus e Gaia, confirmando assim o seu poder supremo e reinando absoluto o Olimpo.
Camila H.
